A proposta desse espaço é de fornecer ao nosso público sugestões e críticas de filmes relevantes a psicologia e ao ser humano como um todo. Na publicação número 1 do "Sugestões de filmes" serão tratadas as seguintes obras cinematográficas: A garota interrompida (1999); Bem me quer, mal me quer (2002); A onda (2008); Uma mente brilhante (2001); Sete dias com Marilyn (2011).
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A garota interrompida (1999)
Em 1967, após uma sessão com um psicanalista que nunca havia visto antes, Susanna Kaysen foi diagnosticada como vítima de "Ordem Incerta de Personalidade". Uma aflição com sintomas tão ambíguos que qualquer garota adolescente pode ser enquadrada. Enviada para um hospital psiquiátrico, onde viveu nos dois anos seguintes, ela conhece um novo mundo, de jovens garotas sedutoras e transtornadas. Entre elas está Lisa, uma charmosa sociopata que organiza uma fuga com Susanna, Daisy e Polly, com o intuito de retomarem suas vidas.
No início do filme fica a dúvida sobre a personagem principal, Susanna, não se sabe se ela é uma adolescente revoltada ou realmente possuidora de um transtorno. De forma radical ela é mandada para uma clínica psiquiátrica e convive com várias outras meninas. É interessante perceber um comportamento atípico e excluído socialmente como acontece com Susanna pode ser interpretado de uma maneira errônea. Assim, uma decisão precoce de trata-la como uma doente mental pode leva-la a rumos extremos. As outras personagens da clínica, principalmente a interpretada por Angelina Jolie e que lhe rendeu um Oscar (melhor atriz coadjuvante), são fascinantes para aqueles que se interessam pela psicologia, principalmente se tratando de psicóticos. Os estudos da sala de aula podem ser visualizados no filme, talvez de forma exagerada, mas não menos interessante. É um filme forte, que retrata uma realidade psiquiátrica e com brilhantes atuações sob um desfecho alarmante.
Bem me quer, mal me quer (2002)
Angèlique é uma estudante de artes parisiense que se apaixona pelo médico casado Loic, e começa um romance com ele. A despeito de tudo o que seus amigos lhe dizem e de diversos acontecimentos que provam o contrário, Angélique persiste na idéia de que Loïc também a ama A despeito de tudo o que seus amigos lhe dizem e de diversos acontecimentos que provam o contrário, Angélique persiste na idéia de que Loïc também a ama, transformando o que de início parecia ser um desencontro amoroso em uma perigosa obsessão.
O filme estrangeiro se passa em Paris, repleto de cenas dinâmicas, criativas e coloridas, o filme fala sobre diferentes pontos de vista. A atriz Audrey Tautou, protagonista do filme, interpreta de forma encantadora e apaixonante. O final do filme é uma tremenda reviravolta que pode surpreender muitos expectadores. A temática psicológica que se encontra no filme é de grande aproximação com os simpatizantes da área. Focaliza, de maneira clara e literal, como uma mesma moeda possui dois lados, visão que deveria ser observada e compreendida por grande parte dos indivíduos, principalmente aqueles que pretendem seguir o ramo da psicologia. Um enredo bem-humorado, leve, envolvente que disfarça uma temática importante, séria e impactante. É verdade que poderia ser visto como mais um filme ‘’bobo’’ ou uma simples comédia romântica, entretanto o seu desfecho é empolgante e o seu final revela novas surpresas e foge de qualquer clichê.
A onda (2008)
O filme se passa durante a semana da disciplina eletiva, onde os alunos escolheriam uma das disciplinas e frequentariam o projeto por toda a semana. O professor Rainer Wenger, dar aulas sobre Autocracia. Após os primeiros minutos da primeira aula, ele decide fazer um projeto com os alunos transformando a sala em um tipo de governo fascista, mas os alunos começam a sair do controle e começam a propagar "A onda" por toda a cidade tornando o projeto um movimento real. Quando as coisas começam a sair do controle, o professor tenta parar o movimento, mas já é tarde demais.
Baseado em uma história real ocorrida na Califórnia o filme é fascinante e incrivelmente realista. Por ter sido produzido na Alemanha e lembrar muito o Nazismo ele se torna incrivelmente rico para aqueles interessados na Segunda Guerra Mundial. As relações de grupo, o modo como fala do bullying, a realidade da juventude germânica, o cotidiano dos adolescentes, a pobreza de valores e o desfalecimento da família tradicional são alguns dos assuntos tratados durante o filme.Para aqueles interessados na Psicanálise e que já tiveram a oportunidade de estudar ‘’A psicologia das massas’’ o filme ganha um colorido especial e único, se tornando uma fonte rica de exemplos e visualizações dos quais, Freud, tanto retrata no texto. Para aqueles que simpatizam com a Psicologia Social e de Grupo, o filme fornece ótimas informações sobre os relacionamentos entre indivíduos de uma maneira atual e envolvente. Além de nos fazer refletir sobre o poder de influencia do líder e dos membros entre si em uma organização de grupo.
Uma mente brilhante (2001)
O filme “Uma Mente Brilhante” é baseado na biografia muito precisa da vida de John Forbes Nash, um gênio da matemática que aos 21 provou uma teoria e assim ganhou reconhecimento de todo o meio acadêmico. Mas aos poucos, o arrogante Nash se transforma em um homem atormentado e é diagnosticado como esquizofrênico. Após anos de lutas e reviravoltas internas ele é premiado com o aclamado prêmio Nobel.
Com uma incrível atuação protagonizada pelo do ganhador do Oscar Russell Crowe, o filme conta com uma história fascinante retratada de maneira detalhista e intimista. Além de ter conquistado grande reconhecimento da crítica e do público graças a atuações impecáveis e uma história de vida motivadora, assim, o filme se tornou referência de brilhantismo. Ele retrata o ponto de vista do personagem principal, que precisa enfrentar as consequências de possuir uma doença mental. O filme conta o seu amadurecimento no meio acadêmico e as dificuldades que precisou enfrentar para ser reconhecido como "uma mente brilhante"’. O professor Nash se encontra em profundo sofrimento, não consegue diferenciar a realidade de um delírio, se vê perdido em seu relacionamento com a sua mulher, não parece capaz de conviver em sociedade, perde sua credibilidade e o seu papel no meio acadêmico pelo qual era tão respeitado e assim precisa enfrentar a sua própria mente para retomar o controle sobre a sua vida. Uma historia cativante e muito representativa para aqueles que pretendem trabalhar em clínica ou com doentes mentais.
Sete dias com Marilyn (2011)
O filme Sete dias com Marilyn é protagonizado por Michelle William e retrata a primeira visita de Marilyn a Londres enquanto filmava The Prince and the Showgirl. A historia é uma adaptação do livro de Colin Clark que na época trabalhava como assistente nas filmagens. Durante uma semana ele teve a oportunidade de conviver com a atriz e como toda a América, ele se apaixona por Marilyn.
O filme concorreu ao Oscar para o prêmio de melhor atriz, o que não é de se surpreender já que Michelle William atua de forma encantadora alem de retratar, de maneira fidedigna, a musa. Para os fãs de Marilyn, é importante ressaltar que o filme não é uma autobiografia da atriz, mas sim um retrato de uma semana passada na vida dela. Contudo, só por uma semana e poucas horas de filme é impossível não se apaixonar pela estrela em ascensão. Com uma locação de tirar o fôlego, figurino lindíssimo e atuações encantadoras, por um momentos nos sentimos íntimos de Marilyn Monroe. Suas perturbadas mudanças de humor, o seu vício em remédios, sua dependência pela sua ‘’professora de teatro’’, sua inocência infantil e sua estranha relação com a sexualidade nos faz indagar e investigar qual teria sido o grande trauma da vida de Monroe. Uma mulher mentalmente impenetrável e emocionalmente instável nos faz apaixonar e mergulhar nos claros dramas psicológicos dramatizados no filme.
Publicação com autoria de: Manuella Itapary Se você gostou desta publicação, clique em "curtir" e confirme em seguida. Logo abaixo comente sobre o texto!